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Paisagismo Sustentável



Atualmente, existem no mercado varias certificações de construção sustentável, o que impacta diretamente nos projetos de paisagismo. No post de hoje apresentamos conceitos que os profissionais de paisagismo precisam saber para se manterem atualizados com as demandas de sustentabilidade.



Paisagismo sustentável


É aquele idealizado e construído com técnicas e procedimentos destinados a melhorar a qualidade de vida dos seus usuários e das comunidades com que se relaciona; Promovendo a biodiversidade e minimizando o consumo de energia e contribuir para a conservação dos recursos naturais, como foco na redução dos impactos ambientais.



Benefícios sociais


O paisagismo sustentável é aquele que proporciona o bem estar físico e psicológico das pessoas, à medida que:


- Constitui elemento de interação entre o homem e a natureza;

- Promove a valorização visual e estética dos espaços edificados da paisagem;

- Contribui para melhorar a saúde das pessoas, por meio de sua ação purificadora da atmosfera: com a retenção de poeira e particulados do ar, fixando e promovendo a reciclagem de gases tóxicos por meio de mecanismos fotossintéticos e minimizando a poluição sonora, com o amortecimento de ruídos; - Incentiva a prática de atividades físicas, como caminhadas, ciclismo, práticas esportivas, entre outras;

(Imagem abaixo: espaços livres para práticas de atividades físicas).

- Melhora a produtividade das pessoas, ao criar um ambiente agradável, atenuando a temperatura com a sombra das árvores; arejando o ambiente com o direcionamento dos ventos obtidos por meio da inclusão de cortinas de vegetação, que podem também bloquear ventos indesejáveis, criando, assim, locais mais aconchegantes;

- Contribui para o desenvolvimento de processos educativos que podem ser apoiados nos referencias de sua concepção;

- É acessível e amigável a todas as pessoas, incluindo as portadoras de necessidade especiais;

- Contempla a produção de alimentos saudáveis e naturais.

(Imagem abaixo: Horta orgânica)



Benefícios ambientais


- Promove a biodiversidade, componente fundamental da estabilidade dos ecossistemas;

- Contribui para a conservação dos recursos naturais, protegendo o solo contra processos erosivos, evitando o carreamento de sedimentos e a perda de nutrientes, assegurando, dessa forma, a manutenção de sua estrutura e fertilidade;

(Imagem ao lado: Grama-amendoim - Arachis repens indicada como forração para plantio em taludes).

- Protege as atividades biológicas das camadas superficiais do solo, importantes para assegurar seu potencial produtivo, por meio da cobertura vegetal;

- Mantém a qualidade e quantidade das águas, à medida que recarregam os aquíferos, por serem mais permeáveis;

- Retém o solo em suspensão, por meio do uso da vegetação;

- Consome menos água com o emprego de espécies vegetais (preferencialmente nativas) adaptadas ao clima da região;

- Utiliza sistemas de irrigação eficientes, incentivando o aproveitamento das águas pluviais e o reuso da água, além de recomendar o emprego da cobertura morta (mulching) na superfície do solo;


(Imagem ao lado: Utilização de algum material que não seja plantas vivas para cobrir o solo - como por exemplo: folha seca, chip de fibra de coco, casca de pinus, substrato, pedrisco, palha, argila expandida - Foto: Victoria Farr, Pixabay).


- Desenvolve ação purificadora da atmosfera, por meio da retenção de particulados, depuração bacteriana e de outros micro-organismos, fixando gases causadores do efeito estufa e mecanismos fotossintéticos;

- Dificulta o desenvolvimento de espécies vegetais consideradas invasoras, à medida que restringe o seu plantio e privilegia a diversidade biológica;

- Protege espécies vegetais ameaçadas de extinção ao recomendar o seu plantio nos jardins;

(Imagem abaixo: Samambaiaçú - Dicksonia sellowiana, espécie ameaçada de extinção presente em jardim de inverno em Condomínio Residencial).


- Contribui para a conservação da fauna silvestre, à medida que procura conservar os hábitats naturais e estimula o plantio de espécies vegetais que propiciem abrigo e alimentação aos animais, especialmente as plantas consideradas mutualistas-chave (Exemplo: a espécie Euterpe edulis, o palmito juçara);

(Imagem abaixo: Frutos do palmito juçara atrativo a avifauna - Disponível em: http://www.arvores.brasil.nom.br/new/palmitojucara/index.htm, acesso em Jul./2018)


- Diminui a geração de resíduos, ao recomendar o reaproveitamento e o reuso de espécies vegetais, de materiais e de insumos;

- Pode produzir fertilizantes naturais, com a instalação de biodigestores e unidades de compostagem nos jardins, possibilitando a reciclagem de resíduos no local;

- Pode contribuir para a geração de energia limpa e renovável, ao incorporar a instalação de equipamentos, como painéis solares, geradores eólicos, biodigestores etc.



Benefícios econômicos


- Apresenta menores custos de manutenção por consumir menos água; demandar menor quantidade de fertilizantes e defensivos e de espécies vegetais nos replantios;

- Requer menos mão de obra para a manutenção;

- Contribui para melhorar o microclima no entorno das edificações, reduzindo o consumo de energia destinado ao funcionamento dos aparelhos climatizadores;

- Pode produzir alimentos a serem consumidos pelos usuários ou comercializados a terceiros, cultivados nos jardins;

- Apresenta menores despesas com transportes, ao recomendar produtores/ fabricantes locais para fornecer espécies vegetais, materiais e insumos destinados à execução e à manutenção dos jardins;

- Valoriza a imagem institucional do empreendimento/empreendedor, em decorrência da sua contribuição a sociedade como um todo e à conservação ambiental, em particular;

- Contribui para reduzir o impacto ambiental decorrente do emprego de químicos poluentes, ao preconizar o uso de fertilizantes naturais e o controle biológico de pragas e doenças, ou o emprego de produtos de baixo impacto para as adubações e os tratamentos fitossanitários necessários. Além disso, os jardins que utilizam espécies nativas da região em diversidade biológica adequada, apresentam maior resistência a pragas e doenças.



*** No próximo post falaremos sobre referenciais propostos pelo Green Building Council Brasil (GBC) para o desenvolvimento de um paisagismo sustentável e suas interfaces com o selo Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).


Um abraço verde!



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(Texto disponível em: http://www.esalq.usp.br/departamentos/lpv/lpv0480/Paisagismo_sustentavel.pdf - acesso em Jul./2018)

(Foto de capa: from Pixabay.)




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