Uso das Forrações no Paisagismo
Iniciamos o post de hoje, trazendo as principais características das forrações, um dos elementos chaves do Paisagismo. Falaremos a seguir sobre o uso das forrações no paisagismo.
As forrações apresentam caule herbáceo (é um tipo de caule flexível e frágil), diferenciando-se de espécies arbustivas, pois estas possuem caules lenhosos, mais rígidos e resistentes, devido à presença da lignina.
Possuem crescimento rápido e mais horizontal, proporcionando um rápido fechamento, escondendo o solo e como são baixas, não atrapalham a visualização de outras espécies.
(Imagem ao lado: Maranta bicolor, usada como forração em canteiro à meia sombra).
As forrações não resistem ao pisoteio como os gramados, devendo evitar plantá-las em locais onde haja risco de pisoteio. A grama-preta, se pisoteada fica manchas e falhas por algum tempo.
(Imagem abaixo: grama-preta usada como forração em jardim de inverno).
Diferentemente dos gramados que possuem poucas espécies, todas verdes e de texturas parecidas, as forrações são representadas por centenas de espécies herbáceas, com grande variedade de cores e texturas, permitindo a criação de efeitos bastante interessantes no paisagismo.
(Imagem abaixo: Plantação de Hemerocallis sp. que poderá ser utilizada como forrações em canteiros)
Podemos encontrar forrações para qualquer tipo de ambiente: luminosidade, irrigação, rusticidade. Diferentemente dos gramados que geralmente não se desenvolvem bem em locais mais sombreados ou sujeitos á seca prolongada.
Algumas espécies de forrações possuem ciclo anual, ou seja, elas são plantadas, crescem, florescem, frutificam, produzem sementes e depois morrem, necessitando serem replantadas. Este assunto será detalhado posteriormente em outro post.
Usos no Paisagismo
- Elemento de integração entre gramados e espécies mais altas: dando continuidade aos elementos vegetais em termos de altura e volumes.
(Imagem acima: Maciço de Agapantos - Agapanthus africanus dando altura e volume próximo ao gramado).
(Imagem acima: Impatiens sp, usada como bordadura dando volume na composição).
- Acabamento em vasos e jardineiras: utilizada para esconder o solo e complementar o elemento principal.
(Imagem acima: Véu-de-noiva – Gibasis pellucida sendo usada como forração de acabamento em vasos).
- Painéis decorativos: as forrações podem ser plantadas em pequenos vasos, placas de xaxim, muros vazados, placas de madeira, ou placas de fibra de coco com molduras de bambu formando painéis decorativos em muros e paredes.
Uso de Forrações em Jardins Verticais
- Não ocupam espaço horizontal: são apropriadas para cobrir muros
e paredes onde não há espaço para plantio de plantas de maior porte;
(Imagem ao lado - Jardim vertical com diversas espécies herbáceas também usadas como forrações).
- Efeito paisagístico diferenciado: combinação entre estrutura e plantas cria um conjunto que valoriza os ambientes.
- Estão sempre relacionadas com posição (altura), baixo volume e grande quantidade dos elementos (recipientes), que dificultam a fixação e manutenção;
- Irrigação e adubação mais freqüentes: como o volume de solo é normalmente pequeno, resultando em baixa capacidade de armazenar nutrientes e água, é necessário uma maior freqüência de adubação e irrigação; uma forma de minimizar isto é utilizar no solo a vermiculita, que é um mineral laminado que se expande, absorvendo água e nutrientes. Deve-se pensar ainda em soluções para drenagem do excesso de água da irrigação ou uso de métodos como gotejamento ou aspersão para minimizar este problema;
- Dificuldade de limpeza e poda: a altura e quantidade dos elementos dificultam estes trabalhos;
- Desprendimento das estruturas: placas de fibra de xaxim ou de coco podem se soltar com o tempo, necessitando nova fixação.
Proteção do Solo
Em locais inclinados, a forração evita ou diminui processos erosivos, pois fecha rapidamente e seus caules e raízes diminuem a velocidade da água, diminuindo o impacto da gota de chuva e o arrastamento das partículas de solo. Os gramados também protegem o solo, porém em locais com maior inclinação (ângulos maiores que 45º), algumas forrações rústicas, tais como wedélia (Wedelia paludosa), grama-amendoim (Arachis repens) - Imagem ao lado e hera (hedera canariensis), possuem algumas vantagens sobre eles:
- Menor manutenção: gramados exigem maior manutenção (cortes mensais, adubação, cobertura, controle de daninhas), cuja dificuldade aumenta com o aumento da inclinação;
- Rusticidade: terrenos inclinados geralmente possuem menor capacidade de reter umidade, menor insolação e menor fertilidade, assim espécies de forrações rústicas desenvolvem-se melhor que as espécies de gramados comerciais, que são mais exigentes.
- Outra forma de proteger o solo está relacionado com a redução de incidência do sol com o plantio de forrações, que acabam abafando certas ervas daninhas indesejadas.
Bordaduras
São forrações plantadas em linhas, delimitando uma área, realçando-a ou até servindo para indicar acessos e caminhos.
(Imagem acima: Ofiópogos-azuis - Liriope muscari 'Variegata', utilizada como forração de bordadura, ao longo do piso).
Maciços
São áreas maiores plantadas com uma única espécie, formando um conjunto único e coeso.
(Imagem abaixo: Maciço de Lírioa-amarelo - Hemerocallis lilioasphodelus)
(Imagem abaixo: Maciço de Trapoeraba-roxa – Tradescantia pallida purpurea)
(Imagem abaixo: Maciço de Agapantos - Agapanthus africanus)
*** No próximo post da categoria FORRAÇÕES, falaremos sobre o ciclo de vida das forrações.
Um abraço verde!
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(Imagem de capa: Jardim de inverno com plantas tropicais - Dias Paisagismo e Meio Ambiente - Mídia)
(Imagens do post: Dias Paisagismo e Meio Ambiente - Mídia)